terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Dócil vs Subserviente

Qual o limite que separa a docilidade da subserviência? 
Quando se busca o significado da palavra dócil, temos que: Dócil é o ser que demonstra brandura ou afeto
No rol dos sinônimos desta palavra, encontramos, também, que é o ser subserviente. Apesar da relação íntima entre esses dois vocábulos, docilidade denota o carinho em servir o outro. Uma ação que lembra o adágio popular de "Quem não vive para servir, não serve para viver". E mais, nos Evangelhos do Cristianismo encontramos a orientação de que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. De forma bem singular, o que seria isso senão fazer ao outro o bem que desejamos que nos façam? Isso, então, seria docilidade, brandura, amor, afeto. A humanidade, carregada de egoísmo, e mais ou menos embrutecida como há mais de 2.000 anos, parece ainda estar longe de compreender as sugestões presentes nas Escrituras Sagradas. Muitas pessoas deixam claro que não entendem o que vem a ser docilidade e a diferença entre esta qualidade e a humilhante situação de subserviência. Esta traz consigo uma conotação desmoralizante que subjuga o outro, colocando-o numa condição de submissão, erroneamente. Isto produz um efeito tóxico nas relações humanas e, por isso, precisa ser repensado, já que, enquanto construtores sociais, nos dispomos a pertencer e viver numa sociedade justa. Então, fica a pergunta: qual o limite entre a docilidade e subserviência, se chegarmos ao senso comum de que a primeira é uma virtude e a segunda um "defeito de fabricação"? Quais os sinais emitidos para que se perceba que a interpretação dada ao serviço prestado não passa de uma mansidão exacerbada? Mesmo para os que se dedicam a transformar a sociedade em um lugar melhor, deve-se manter ligado o alarme do brio e do amor próprio. Ora, aqueles que só enxergam o sublime comportamento do amor como ato de submissão, não são dignos desse movimento. Como se diz que se tem limite para tudo, retornamos a pergunta: Qual o limite que separa a docilidade da subserviência? Há várias frases que podem esclarecer esta questão, senão vejamos: "Dai à César o que é de César e à Deus o que é de Deus."; "Não se deve dar pérolas aos porcos." ou, ainda, "Quem muito se abaixa deixa mostrar sua nudez.". Em outras palavras, sendo os seres humanos diferentes no tocante a capacidade cognitiva, cada pessoa perceberá seu próprio limite, de uma forma ou de outra. Isto será traduzido na mudança comportamental em relação àquele para quem o limite fora alcançado, ou correrá o sério risco de perder sua dignidade para um mundo que ainda não está pronto para ser servido porque não consegue servir.
 
Jáber Campos.'.
Aprendiz de gente 
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